Comprar pelo celular será possível
Fazer transações bancárias pela internet já é uma realidade para muitas pessoas. Usar o celular para acessar a internet também não é novidade. Com uma análise rápida, no entanto, observamos que poucas pessoas sabem usar e confiam no sistema. Enfim, podemos dizer que é uma atividade elitizada.
Para popularizar as transações ágeis, o governo federal começou a debater possibilidades de pagar contas pequenas por celular. Isso pode ser possível por meio de parceria com o Banco Central (BC), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Segundo matéria fornecida pela Agência Brasil no dia 13 de março, “o novo modelo de compras pelo celular vai usar o mesmo sistema do envio de mensagens de texto”. Serão realizados depósitos na operadora e poderá pagar pequenas quantias no comércio.
Muitas mãos precisam modelar o projeto de pagamento móvel para que ele possa ser implantado, ou seja, demandará tempo. A previsão é que até o fim do ano a proposta seja enviada ao parlamento, que pode demandar ainda mais tempo pelo costumeiro vai-e-vem entre câmara dos deputados e senado federal.
O primeiro debate ocorreu entre o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente do BC, Alexandre Tombini. A partir de agora, a bola está com técnicos do Ministério e do BC. A tarefa deles é elaborar a regulamentação que possa ser aprovada pelo Congresso, CMN e Anatel.
A ideia principal é que o consumidor não tenha despesas com o serviço, que pode ser arcado pelo banco ou pela operadora. No entanto, comerciantes terão de ter aparelhos para a transação e pode ser que isso tenha custos, consequentemente, repassados ao consumidor.
Há possibilidade real, como proposto pelo governo federal, que essa medida integre pessoas que não têm acesso à internet ou que morem em localidades de difícil acesso ao banco. É um passo a mais para a inclusão econômica, mas também para a facilidade das transações que movimentam o comércio e logo abrem a porta do crédito para mais pessoas.
Fonte: Imagem utilizada sob a licença Creative Commons de ilamont/Flickr
Quanto custa a mobilidade urbana?
Em qualquer capital brasileira já é notável o problema da mobilidade urbana. A estrutura das cidades quase não suporta mais a movimentação causada pelo rápido crescimento populacional. Milhões de carros circulando, transporte coletivo caótico, espaço reduzido para pedestre e quase nulo para ciclistas. É necessário ajustar isso em um novo planejamento.
Após 17 anos de tramitação no Congresso, o governo federal sancionou a lei que institui a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). A Lei 12.587/2012 “estabelece princípios, diretrizes e instrumentos para que os municípios possam planejar um sistema de transporte coletivo capaz de atender à população e contribuir para o desenvolvimento urbano sustentável” (Agência Senado)
Na contramão dos incentivos à industria automobilística e em prol do desenvolvimento da economia brasileira, a PNMU permite que os municípios estabeleçam a cobrança de pedágio urbano para desestimular o uso excessivo de carros em áreas congestionadas.
Segundo o PNMU, os municípios com mais de 20 mil habitantes têm até três anos para desenvolver um plano de mobilidade. Apesar de não poder obrigá-los a isso, o governo federal pode limitar recursos dos municípios para o setor. Isso impede que sejam aplicados apenas na construção de viadutos e demais obras paliativas para que mais carros ocupem as ruas.
As verbas do pedágio urbano devem ser aplicadas a melhorias no transporte público local. A nova lei implica em mudanças de hábitos e isso é sempre difícil. Se você normalmente vai de carro ao trabalho, por exemplo, será difícil optar pelo transporte coletivo geralmente lotado e com atrasos.
A impressão que se tem é que o governo quer que todo mundo compre o carro do ano, abasteça, pague o IPVA, saia de carro em horários “inúteis” para não congestionar o trânsito, pague pedágio e, no dia-a-dia, opte pelo transporte coletivo ou por meios alternativos como a bicicleta. Mesmo assim, tudo isso não deixa de ser um indicativo de boas e necessárias mudanças.
O meio ambiente agradece as medidas do PNMU, mas ainda há muito que melhorar. O transporte coletivo deve ser incentivado com preços atrativos, cumprimento de horários e vagas suficientes para garantir o mínimo de conforto. O uso de bicicleta também deve ser facilitado com a criação de ciclovias, como já se observa em muitas capitais brasileiras e também no exterior.
Os benefícios ambientais, sociais e econômicos de novas medidas para a mobilidade urbana são muitos. O pedágio urbano pode ser útil para disciplinar a população neste momento, mas a manutenção dos novos hábitos depende de nós.