Eu estava navegando na internet, naqueles 10 minutos de intervalo que a gente se dá no trabalho quando vi uma matéria que comentava o preço do acesso da internet banda larga no Brasil. Se você é aquelas pessoas que ficam nervosas com o disparate que é o custo Brasil, pare de ler agora.

O que se vende no Brasil como banda larga muitas vezes não é, de fato, banda larga. De acordo com a definição da OECD, banda larga são conexões com velocidade acima de 2 mbps.

Uma surpresa para algumas pessoas: mpbs significa mega bits por segundo e não mega bytes por segundo. Para converter bits para bytes você precisa dividir o valor por 8. Portanto, 2 mbps tem a velocidade de 256 kb/s e não 2048 kb/s como alguns pensam. E para piorar, nos contratos os operadores se eximem da baixa qualidade com cláusulas de velocidade garantida bem inferior ao valor contratado (veja o contrato do virtua ou do speedy que garantem apenas 10% do valor contratado).

Adicionalmente a isto, o Brasil possui talvez o acesso mais caro do mundo. Uma pesquisa da Telcom mostra que o preço do acesso a banda larga no Brasil chega a custar 400 vezes mais caro que no Japão. Nas duas tabelas abaixo, compilada com informações obtidas diretamente no site das operadoras de internet, mostra o preço do acesso para 1mbps.

Isto mostra claramente que este mercado no Brasil ainda possui baixa competitividade. Isto fica clara pela redução expressiva dos preços encontrada nos grandes centros. De acordo com a pesquisa, os preços caem mais de 70%.

Mesmo com o desconto substancial ainda pagamos o acesso mais caro para a internet. R$ 31.24 contra R$ 5.40 do resto do mundo, quase 6x mais caro. E isto sem considerar que não possuímos acesso de alta velocidade!

Como curiosidade, no japão atual (Abril/2008), as casas em sua grande maioria já possuem acesso de pelo menos 60 mbps, velocidade que apenas poucas casas (até onde tenho conhecimento apenas um bairro da capital paulistana) possuem a possibilidade de contratar. Isto é um absurdo!

A muito tempo quero escrever este artigo. Na verdade ele conta um pouco a história deste site. Sempre escuto pessoas dizendo que estão ganhando mal e que o dinheiro não dá para pagar suas contas e quando muito paga as dívidas que possui. É comum ver as pessoas se perdendo em dívidas e juros. Cartões de crédito e cheques especiais são o princípio do efeito bola de neve. Muito pelo desconhecimento de como os juros compostos se comportam (sem dúvida este assunto merece um novo post). Quando era criança, uns 10 anos de idade, ja sentia a necessidade de controlar minha pequena mesada. Eu devia receber, valores atualizados, entre mesadas incostantes, trocos, lanches economizados e gorgetas por ajudar os vizinhos algo como 30,00 ou 60,00 reais, valores estimados pelo poder de compra que eu tinha na época. Para uma criança era suficiente para comprar minhas HQs, alugar os jogos de video-game e, com um certo controle, comprar novos brinquedos. Porém, se comprasse doces e chocolates ou figurinhas para completar meus albuns na vontade que eu desejava, sobraria muito pouco ou nada para minha verdadeira paixão: as HQs. Nesta época, peguei emprestado algumas folhas de controle do restaurante do meu pai, e adapatei para que pudesse escrever cada centavo que tinha e gastava, mais ou menos como a tabela abaixo: Data Descrição Debito/Crédito Saldo 04/03/1990 Saldo Inicial 95,50 95,50 08/03/1990 Sorvete -2,60 92,90 10/03/1990 Monica -3,90 89,00 11/03/1990 Troco Lanche 0,60 89,60 É incrivel como este pequeno controle me possibilitou comprar um video-game de 250,00 dollares sem abrir mão de comprar meus 4 ou 5 gibis por mês (ou até mais quando tinha uma edição especial). Para mim, controlar no papel era chato! Tinha que anotar diariamente todos os eventos, e o volume de papel aumentava. Fazer análises de como meus ativos cresciam ao longo das semanas e fazer previsões de quanto eu teria no final do ano era divertido mas ao mesmo tempo um exercícios chato de matemática. Acabei abandonando esta técnica na adolescencia. Voltei a usar papel com 18 anos, quando entrei na faculdade e comecei a morar sozinho; mas isso porque não tinha um computador para me ajudar. Aos 22 anos, já com computador, fiz uma planilha no excel. Automatizei ao máximo para acrescentar caixas de seleção de categoria (para não ter que digitar) e fazer gráficos automaticos para cada mês. Meu único trabalho era no início de cada mês configurar uma nova planilha e transportar os resultados para uma outra planilha de consolidação. Sinceramente, funcionava muito bem. Varias pessoas me pediram uma cópia desta planilha. Minha frustração com o Excel veio em 2006 quando o arquivo corrompeu e perdi todo meu histórico. Neste dia comecei a pensar em um sistema de backup mais eficiente. Foi ai que tive a idéia de utilizar um site na internet com um sistema de banco de dados profissional. Como minha namorada e meu irmão usavam minha planilha eletrônica, pensei em como elaborar o sistema de forma que eles também pudessem usar. Assim criei o site meusgastos.com.br. Além deles alguns amigos também começaram a usar e a sugerir melhorias. Hoje centenas de pessoas já estão cadastradas no site. A grande vantagem de utilizar o site é que posso atualizar minhas despesas da minha casa, do trabalho, da casa da minha namorada ou da casa dos meus pais. Além disso, por ser uma plataforma web consigo personalizar meu gráficos e ver relatórios com apenas um clique. Independente da forma como controlova meus gastos aprendi que anotar tudo que se gasta é uma ferramente poderosa para gastar melhor. Digo gastar melhor porque nem sempre controlar as despesas implicam em gastar menos. Muitas vezes meu planejamento me permitiu escolher melhor o que comprar: uma coleção especial do Pato Donald ou alugar jogos durante os finais de semana? Se nos últimos três meses eu gastei 20,00 reais em HQs sei que tenho que me controlar se já gastei 15,00 na metade do mês atual. Muitas vezes tive a alegria contraria. O mês estava acabando e o dinheiro não. Aproveitar a vida é poder comprar o que se deseja sem sentimento de culpa ou pagando juros no cheque especial não planejado. Cada uma das formas que já utilizei para controlar meus gastos tem suas vantagens e desvatagens. Escolher qual é o melhor depende do seu perfil. Mas de qualquer forma é inegável que um controle de gastos ajuda a economizar dinheiro; mais importante que economizar, lhe ajuda a gastar bem e com planejamento; ajuda a alcançar o que você mais valoriza e não gastar impulsivamente. Para encerrar o post coloquei a minha interpretação de quais são as caracteristicas de cada uma das formas descritas aqui. Escolha a que mais se adapta a você e controle seus gastos.   Papel Planilha Website Perfil Pessoas não familiarizadas com informática Todos Todos Vantagem Pode ser utilizado uma agenda ou caderno. Possibilidade de personalizaçao Pode ser acessado de qualquer lugar Diversos Gráficos e Relatórios disponíveis Desvantagem Não possui gráficos e relatórios Nescessidade de conhecimento de planilhas Necessidade de manutenção Personalização limitada, pois tem que atender todas as pessoas. Risco (perder os dados) Alto Médio Baixo