O final de ano chegou e junto com a fraternidade do clima natalino, a esperança de um novo ano repleto de alegria, saúde e sucesso, vem o décimo-terceiro salário. Um salário extra que você está contando a meses. Mas se você é um dos felizardos que recebem esta benção das leis trabalhistas brasileiras, contenha sua alegria. A maratona de gastos natalinos 2008 está começando!

Logo nos primeiros dias do mês de dezembro tem a árvore de natal. Se você já possui uma, só precisa comprar enfeites novos. Afinal não importa quanto você gastou ano passado, sua esposa vai lhe dizer: a gente precisa comprar enfeite novo para dar sorte! E haja sorte! Tem enfeite de porta, de geladeira, mesinha de centro, etc.

Logo no segunda semana do mês começam as compras. É pai, é mãe, sogro e sogra. Não se esqueça dos hidratantes da sua avó. Sim, todas elas! Além disso, seu irmão precisa de cuecas novas e sua cunhada está louca por aquele DVD do friends.

Eu queria saber quem foi o capitalista que decidiu que criança tem que ganhar presente! Haja dinheiro! É seu filho, seu sobrinho, seu afilhado, o filho do seu vizinho, a filha da empregada....

E quando não aparece alguem fazendo aniversário em pleno mês de dezembro!?!? O governo devia impedir registros neste mês. Comemora depois!!!

Quando você acredita que tudo está acabando, começam as caixinhas. É a caixinha do porteiro, a caixinha da diarista, da secretária do seu chefe, e a do chefe do seu chefe.

Compra-se o panetone, o peru e as frutas, trocam os presentes e lá vamos nós gastar mais alguns reais com o reveillon. Aqui eu já nao tenho décimo-terceiro, nem décimo quarto. É cheque especial mesmo. Mas quem consegue economizar no ano novo?

Por fim acaba a maratona de 2008. Mas preparem-se. Vem IPVA, matrícula na escolinha dos filhos e material escolar. E ai novamente, você assim como eu, não verá a hora de chegar o final do ano e receber o décimo-terceiro salário, na esperança de por as finanças em dia.

A economia brasileira está vivendo um momento de crescimento que não se presenciava há muito tempo. Eu, com meus 27 anos, recordo de 1.994 como uma época com um otimismo tão grande entre os governantes, consumidores, comerciantes e fabricantes.Quando resolvi escrever sobre este assunto, comecei a fazer pesquisas e segue alguns dados: Para o setor de cosméticos - natura, boticário & Cia me lembram-me presentes de fim ano - é esperado pelos lojistas um crescimento de 10 a 25% em relação ao ano anterior, conforme noticiado pela ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas). A ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados) acredita, ao contrário do ano passado, em um crescimento superiora 10% em relação a 2006, conforme noticiado pelo Ultimo Segundo do IG. Outro exemplo dessa pujança no natal foi noticiado por um portal de Juiz de fora (acessa) que divulga um crescimento de 15% para a venda de panetones. Enfim, uma busca no google e em qualquer jornal e revista brasileiros irão ilustrar o mesmo cenário: este natal promete (para os comerciantes).  Existe uma regra básica do capitalismo, o preço é determinado pelo equilíbrio entre oferta e demanda. Ao que tudo indica a demanda da economia brasileira está bastante elevada. Ainda que alguns fabricantes e comerciantes tenham elevado o número de encomendas é possível que a demanda crescente dos brasileiros não seja atendida. O único contrabalanço que vejo é o dólar baixo. Com o real valorizado comprar produtos produzidos fora do país ficou mais barato, e isto com certeza ajudará a suprir o consumo. Porém, com o imposto de importação elevado, a moeda baixa pode não ser suficiente para que todos os importados tenham um preço competitivo no Brasil. A minha visão sobre este natal é que veremos o comércio comemorar um natal cheio de vendas. Mas caso você, bom brasileiro, deixe para fazer suas compras nas últimas semanas, é possível que você não encontre produtos para presentear os familiares a amigos. Fica meu conselho: antecipe suas compras de natal. Você não corre o risco de ficar sem o que procura e não vai ter que enfrentar shoppings ainda mais cheios do que o de costume.