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Pesquisa divulgada ontem pela ONU mostra que Goiânia é a cidade mais desigual do mundo, de acordo com o índice GINI. A lista ainda inclui outras quatro cidades brasileiras nas cinco primeiras posições.
Confesso que para mim, que morei em Goiânia até 1.998, me surpreendeu. Saiu uma pesquisa da ONU mostrando quais são as cidades mais desiguais do mundo. O critério de avaliação utilizado foi o
índice GINI, já explicado em detalhes aqui neste blog.
Quando me mudei de Goiânia sempre ouvia que estava deixando uma das melhores cidades do mundo para se viver. Também escutava que a cidade tinha pouco mais de 1 milhão de habitantes, incluindo as cidades vizinhas. Hoje, escuto que a área metropolitana tem cerca de 2,5 milhões de moradores, o que representa um crescimento de 100% nos últimos 10 anos.
No caso de Goiânia destaco quatro programas sociais adotados pelos diversos governantes que agravaram a situação de desigualdade.
O governo distribuiu casas populares aos cidadãos mais pobres
Houve doação de botijão de gás de cozinha.
A conta de energia elétrica era subsidiada em até 100% pelo governo.
Bolsa Família
O que a população entende de todos os programas é:
"Mude para Goiânia, ganhe um casa, não pague suas contas e ainda receba dinheiro do governo!"
Este aumento desordenado da população gera um excedente de mão-de-obra que inevitavelmente derruba a renda.
Eu sou completamente a favor de políticas de governo para ajudar a população, em especial os mais carentes. Mas um mínimo de planejamento se faz necessário para evitar que novos rankings continuem a nos envergonhar.
Na minha opinião, o que aconteceu em Goiânia foram políticas populistas sem visão de estado. Políticas como esta gerão votos e perpetuam os mesmos políticos no poder. É uma tarefa árdua convencer a população beneficiada por estes programas que a vida poderia estar ainda melhor com programas sociais mais inteligentes e planejados.
As outras 4 do ranking - A lista das 5 cidades mais desiguais do mundo continua por Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza e São Paulo.
Brasília não deve surpreender ninguém, pois foi uma cidade construída para ser desigual. Lá convivem os políticos com seus excelentes salários, a elite do funcionalismo público e um
grupo de pobres
pagos para atender os caprichos desta elite. Isso quando os pobres não são expulsos da cidade, como aconteceu ao final da construção da nova capital.
Belo Horizonte e Fortaleza eu não conheço bem para comentar, mas não acho que seja diferente da realidade das outras capitais. E São Paulo, continua crescendo sendo a terra da esperança, e também da desigualdade.
Abaixo a lista divulgada pela ONU com as cidades pesquisadas na América Latina e Caribe1.
Fontes:
Jornal Valor Economico
Governo Federal - Ministério do Planejamento
Blog do Favre
1Ficarei grato se alguem puder me ajudar com uma dúvida. Recentemente leio sempre América Latina e Caribe, como se fossem duas regiões. Na escola aprendi que o Caribe fazia parte da América Latina. Por que esta separação agora? Será que é para os turistas não associarem as ilhas paradisíacas a terra de Morales e Chaves?
