Independência financeira – parte 3
Um dos grandes sonhos de qualquer poupador é atingir sua independência financeira total. Em outras palavras, atingir este patamar significa ter dinheiro suficiente para “não fazer mais nada na vida”.
Nos dois últimos post discorri sobre passos intermediários que você vai atingir neste caminho. Mas após atingir a independência do trabalho queremos ter dinheiro para não precisar nem trabalhar mais.
Antes que qualquer um diga que eu sou um vagabundo explico melhor, pelo menos na minha visão.
Eu realmente acredito que ficar em casa sem nenhuma responsabilidade e propósito na vida é caminhar para o leito de morte. Ter dinheiro para não fazer nada é ter a independência para fazer o que gosta.
Um exemplo em que posso dizer com conhecimento de causa são os veterinários. Raros são aqueles que ganham mais de mil reais; e (pelo menos pra mim) ninguém vive de amor a profissão. Então o que fazer para seguir a profissão que se ama?
A resposta é bem mais simples do que o caminho que temos que percorrer: ter total independência do salário que recebemos. Um primeiro passo, o mais importante, é saber quanto você precisa para manter o padrão de vida que você deseja. Uma das formas de conseguir determinar este valor é controlando mensalmente seus gastos. Quem tiver o interesse por uma planilha de controle de gastos via web deveria conhecer melhor este site (vou falar sobre controle de despesas em outro post).
Um bom parâmetro para quem não sabe quanto precisa é utilizar o próprio salário como referência. No frigir dos ovos o que vai acontecer é que você terá uma poupança suficiente para lhe dar o seu próprio salário sem ter que trabalhar.
Uma vez que você já sabe quanto precisa de renda mensal calcular o valor da poupança necessária é um bico do ponto de vista matemático. Basta dividir o valor do seu salário pelo valor de juros mensais que você estima que receberá (quem quiser se aprofundar na fórmula comenta o post que eu explico melhor). Exemplo prático para não pairar dúvidas:
João gasta R$ 2.500,00 mensais e queria sua independência de trabalho. Ele acredita que ao longo de sua vida os juros que ele conseguirá investindo seu dinheiro serão de 0,64% ao mês. Assim, dividindo os R$2.500,00 pelos 0.64%, João concluiu que uma poupança de R$ 390.625,00 ele poderá retirar do banco, com total segurança, R$2.500,00 todos os meses da sua vida.
Este exemplo é bom para ilustrar alguns conceitos. O valor que João obteve será suficiente para ele retirar seu dinheiro independentemente do número de anos a que João venha necessitar da grana. Inclusive a qualquer instante da sua vida (mesmo em sua morte) João terá os R$ 390.625,00.
O valor de juros é um ponto que merece atenção. Note que João utilizou apenas 0,64% ao mês, o que é baixo mesmo para nossa caderneta de poupança. O que acontece aqui é a consideração da inflação e você deve estar atento para ela. Se você considera apenas o valor cheio do seu dinheiro, a inflação por menor que seja ao longo do tempo irá consumir seu dinheiro (basta lembrar quanto custava, por exemplo, um carro em 1994 e consultar seu valor hoje). A conta aqui é bem simples: se você consegue aplicar seu dinheiro a 0,94% ao mês e tem uma inflação mensal de 0,30%, seu saldo é de 0,64% ao mês (0,94% – 0,30% = 0,64%). Sugiro aqui que trabalhem com valores anualizados. Novamente, quem tiver dúvida pode deixar um comentário, que eu entro em maiores detalhes. Para quem não tem idéia dos números a utilizar, vá com fé no 0,64% que ele é bastante conservador (juros anuais de 8%).
Para encerrar, uma calculadorinha pequena para quem deseja ter a idéia da poupança necessária. Digita o valor que você precisa por mês e clique no calcular para saber quanto você precisa.
Renda desejada | |
Juros Reais | % |
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