E se você recebesse o salário de um professor?
O Ministério da Educação (MEC) estabeleceu o piso nacional de R$ 1.451,00 para a categoria. A despeito da determinação federal, pelo menos dois terços dos Estados brasileiros pagam valores inferiores. O levantamento foi publicado em reportagem pela Folha de São Paulo.
Não é mentira nem clichê repetir que o professor é a base da sociedade e que todas as demais profissões não teriam a qualidade técnica e teórica que têm sem um professor que lhes ensinasse. Quando falamos de Instituições de Ensino Superior (IES), no entanto, é como se estivéssemos falando de outra classe.
Segundo a Folha, o Distrito Federal é o que melhor remunera seus professores (R$ 2.315,00), seguido por Roraima (R$ 2.142,00). São Paulo é o quarto maior piso (R$ 1.894,00). Avaliado o custo de vida nessas cidades, esses valores não pareceriam tão cômodos.
Estados como Goiás e Minas Gerais sofrem com greves dos trabalhadores da educação devido à constatações de incorporação das gratificações por titularidade para conseguirem pagar o piso.
As gratificações são aumentos percentuais adquiridos por meio de cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação e integram a maioria dos planos de carreira (PC). Com a emergência de cumprir o pagamento do piso nacional, alguns Estados acabaram por modificar o PC incorporando benefícios, o que indignou os professores.
No Rio Grande do Sul, onde apenas três algarismos compõem o salário dos professores, a justiça determinou que o governo cumpra o piso e pague até mesmo o retroativo. Junto às mobilizações estaduais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) articula a greve nacional para os dias 14 a 16 de março.
Dos argumentos mais potentes para o crescimento dos países classificados como desenvolvidos, o investimento em educação é o mais citado. No Brasil, parece que a desvalorização da categoria “sempre foi assim”. Será mesmo que os professores precisam fazer greve? Pense nisso depois de responder: “E se você recebesse o salário de um professor?”
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