Evolução da taxa de desemprego brasileira
Esta semana o IBGE divulgou a nova taxa de desemprego para o Brasil: 7,4%. Uma análise simplista, e provavelmente governista, diria que a taxa vem diminuindo desde maio. Outra análise simplista, de oposição, diria que este número é apenas reflexo do aquecimento da economia devido às festas de fim de ano. O grande problema de analisar estas informações é que ambos estão corretos.
Para fazer uma análise um pouco mais profunda que as que eu vejo em jornais e televisão, eu fui direto a fonte. Puxei os dados desde março de 2002, ano mais antigo desde que a nova metodologia do IBGE começou a ser aplicada.
Para quem quiser se aventurar nas informações do site uma dica: alguns indicadores como este do desemprego, precisam ser calculados a partir de outras informações. Neste caso utilizei a taxa de desocupados dividida pela quantidade da população economicamente ativa (PEA).
Desenhei todas as informações disponíveis. Em vermelho, mais em baixo, a amostra da população desocupada. Em azul, a população economicamente ativa e por fim, em verde, a taxa de desemprego nas regiões metropolitanas.
É nítido pela curva verde que o desemprego está diminuindo gradativamente. E o mais positivo é que a taxa diminui mesmo com o aumento da população economicamente ativa. Isto significa que hoje o Brasil consegue gerar mais empregos do que a quantidade de pessoas que ingressam no mercado de trabalho todos os meses.
Um cuidado, porém, que vale ressaltar para conter o excesso de otimismo é a sazonalidade. De fato a taxa de desemprego é menor no final do ano devido aos empregos temporários. Todo ano é assim. Para fazer uma análise retirando este e outros efeitos sazonais, desenhei um gráfico com o valor médio móvel da taxa de desemprego (linha verde tracejada).
Podemos ver que a taxa de desemprego dos últimos meses de 2007 está influenciando a curva para baixo. É provável que a taxa de desemprego médio deva cair um pouco mais nos próximos meses, ainda que a taxa efetiva dos próximos meses seja um pouco mais elevada que a taxa de janeiro.
Eu enxergo com otimismo essa inclinação para baixo da taxa média de desemprego. Resta saber como a economia Brasileira reagirá a forte turbulência e a crise que parece inevitável nos mercados internacionais. Eu diria que ao menos por este indicador, parecemos melhor preparados que no passado.
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